De acordo com o 8º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção da safra 2024/25 deve registrar um novo recorde para a série histórica da companhia. Com o aumento de 35,4 milhões de toneladas sobre o ciclo anterior (+11,8%), o número deve chegar a 332,9 milhões de toneladas nesta safra. O dado também representa aumento de 3,7% em relação à safra recorde. O presidente da Conab, Edegar Pretto, celebrou os números. “Nunca o Brasil colheu uma safra desse tamanho”, afirmou.
ÁREA CULTIVADA – O relatório também aponta que a área cultivada deve crescer em torno de 2,2%, estimada em 81,7 milhões de hectares, assim como a produtividade média das lavouras, que tende a apresentar uma recuperação de 9,5% projetada em 4.074 quilos por hectare.
“Estamos aumentando o que vai para a nossa mesa do povo brasileiro, e essa notícia também é extraordinária, porque está aí o resultado das políticas públicas do governo federal; o resultado apareceu”, disse Pretto.
DESTAQUES – A soja registra a maior marca na história do país, com estimativa de volume a ser colhido é de 168,3 milhões de toneladas. Isso significa 14% a mais do que o registrado na safra anterior e crescimento de 8,1% em relação à safra recorde. A colheita da oleaginosa já chega a 98,5% da área semeada, sendo que nos estados do Centro-Oeste, Sudeste, Paraná e Tocantins os trabalhos já foram concluídos.
Em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Rondônia e Tocantins, as produtividades alcançadas foram recordes da série histórica da Conab, reflexo de condições climáticas favoráveis e do alto grau de profissionalismo dos produtores.
“Praticamente toda a colheita da soja está feita”, disse Edegar Pretto. Ele comentou a situação excepcional que vive o Rio Grande do Sul, por conta da escassez de chuva e das ondas de calor extremo, que, um ano depois das enchentes, assolam o estado e diminuíram a produção. “Essa produção da soja vem sendo compensada na Região Centro-Oeste, que é a grande região produtora, especialmente Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.”
MILHO – Já o milho, outra cultura importante na safra brasileira, tem produção total estimada em 126,9 milhões de toneladas, crescimento de 9,9% em relação à temporada 2023/24. A 1ª safra do grão tem a colheita finalizada em 77,6% da área semeada, com estimativa de produção em 24,7 milhões de toneladas.
A 2ª safra do cereal apresenta a semeadura concluída. A Conab espera uma produção em torno de 99,8 milhões de toneladas. As boas condições climáticas nas principais regiões produtoras vêm favorecendo as lavouras, predominando os estágios de floração e enchimento de grãos.
Arroz e Feijão
Abastencimento interno garantido – Foto: Vitor Vasconcelos/Secom-PR
ARROZ E FEIJÃO – No caso do arroz, a expectativa é de uma produção de 12,1 milhões de toneladas, incremento de 14,8% em relação ao ciclo anterior. O bom resultado é reflexo de uma maior área semeada, atingindo 1,7 milhão de hectares, combinado com uma melhora de 7,4% na produtividade média das lavouras, chegando a 7.071 quilos por hectare. Cerca de 93% da safra já foi colhida. Para o feijão, a expectativa é 3,2 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento interno.
AGRICULTURA FAMILIAR – O presidente da Conab ressaltou a importância do crescimento para a produção no mercado interno, especialmente para a agricultura familiar. A área do arroz aumentou em 6,9%. “Depois de 13 anos de queda da lavoura com arroz, depois da queda da lavoura do feijão, o agricultor brasileiro, especialmente a agricultura familiar, sentiu novamente a vantagem, o bom negócio que é produzir para o nosso mercado interno”, destacou.
O aumento na produção também é resultado dos incentivos em crédito para os produtores. “Seja pelo incentivo nos juros subsidiados, de 3% ao ano para produzir para o nosso mercado interno, se for produzido de uma forma agroecológica o juro cai para 2% e a resposta veio, o agricultor fez as contas, botou a semente na terra e o resultado está aí”, disse..
ALGODÃO – O algodão também registra a semeadura finalizada, com estimativa de área em 2,1 milhões de hectares, crescimento de 7,2% sobre a safra de 2023/24. É esperada uma colheita de 3,9 milhões de toneladas da pluma, 5,5% acima do volume produzido na safra anterior. O comportamento climático nos principais estados produtores vem favorecendo as lavouras, que se encontram desde o estágio de floração até o início da colheita.
TRIGO – Dentre as culturas de inverno, a semeadura do trigo já teve início nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e no Paraná. Os trabalhos de plantio já atingem 26% da área prevista para o cultivo do grão no estado paranaense. No Rio Grande do Sul, a semeadura ainda não foi iniciada. A estimativa de produção da Conab para o cereal indica um volume de 8,3 milhões de toneladas para a safra 2025, crescimento de 4,6% sobre o ciclo passado.
EXPORTAÇÕES – No 8º Levantamento, a Conab fez ajustes no quadro de suprimento de milho. Estima-se uma expansão do consumo nacional do grão para 89,3 milhões de toneladas na safra 2024/25. Essa revisão foi realizada com base na perspectiva de crescimento da produção de etanol milho, em meio à maior disponibilidade interna do grão no segundo semestre de 2025. As exportações foram mantidas em 34 milhões de toneladas e o estoque final da safra foi ajustado para 7,1 milhões de toneladas.
No caso da soja, a perspectiva de uma produção recorde na safra possibilita um ligeiro aumento nas exportações, se aproximando de 106 milhões de toneladas. Os dados completos sobre o cultivo e as condições de mercado das principais culturas cultivadas no país podem ser encontradas no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25.
ESTIMATIVA IBGE – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou a estimativa de abril do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). A estimativa é que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas alcance 328,4 milhões de toneladas em 2025. Isso representa uma produção 12,2% maior do que a obtida no ano passado (292,7 milhões de toneladas). Na comparação com março, houve um aumento de 0,2% ou de 732,7 mil toneladas.
De acordo com a Conab, a diferença entre as duas medições, a do IBGE e a da empresa, deve-se à metodologia adotada. O IBGE faz seu levantamento considerando o período de janeiro a dezembro de cada ano, enquanto a Conab concentrou o 8º Levantamento no período compreendido entre setembro do ano anterior e agosto do ano seguinte.
Fonte:https://www.gov.br/secom